7 de abr. de 2009

E agora?

Quantas pessoas, pais, mães, irmãos e amigos já ouviram a frase "Eu sou gay!"?
Sim! Isso é muito chocante para grande maioria da população mundial, ouvir isso de uma pessoa na qual se ama, e jamais pensou ou passou por sua cabeça tal possibilidade, pode desestruturar um relacionamento. Uma vez abalado esse sentimento mutuo entre duas pessoas, pode ser um caso perdido onde tentar recuperar pode ser um trabalho árduo.
Então para que gritar, chorar, espernear se isso não tem escolha? Sabe aquela expressão, "Opção sexual!"? Então! Já caiu em desuso há muito tempo, todos em algum momento já ouviram "Orientação sexual", porque isso não tem escolha. Não podemos optar por um ou outro sexo, somente nos casos de bissexualidade, e há quem diga que isso não exista, mas existe sim! Eu não saberia explicar como é ser bissexual, acho que eles mesmos não saberiam com exatidão, mas posso pensar que é como gostar de sorvete de creme de chocolate ao mesmo tempo, e sempre querer tomar dos dois ao mesmo tempo. Como no caso do sexo isso se torna tarefa difícil, então um dia tomo de chocolate e no outro creme.
E eles saem ganhando, pois numa balada sempre vai pintar algo. Sempre ouço isso de alguém, pode ser agressivo me expressar assim, mas acho que ser muito claro quando se fala de sexo e sobre todos os outros assuntos, não gera polemica e muito menos lendas.
A homossexualidade não é uma coisa que sofre influencia do meio, ou das circunstancias e muito menos é algo predestinado, ou alguma anomalia do cérebro ou corpo. Nada disso pode ser afirmado ou desmentido com alguma exatidão, mas por que estudar isso e não a heterossexualidade dos indivíduos?
Se o ser humano pode pensar, pode evoluir? Porque nosso tesão, nosso sabor pelo sexo não pode evoluir também? Se pudermos transitar entre tantas possibilidades e buscar o que melhor me satisfaz, por que me reprimir e me contentar com algo que não esta me fazendo bem? Só por que você quer? Ou por que a sociedade não me viria com bons olhos, ou ate mesmo correria o risco de ser excluído?
Sempre escrevo fazendo muitas perguntas, mas aprendi que não posso dar respostas, não posso mostrar minha verdade como absoluta, mas posso ajudar a pensar, e quem sabe fazer você de certa forma pensar um pouco parecido.
Com a onda do politicamente correto já ouvi inúmeras vezes a pergunta, "Como devo me referir? Chamo de gay? De viado? De bixa ou homossexual?". Complicado tentar facilitar as coisas devido ao medo de ofender, mas como saber se você esta agredindo ou invadindo a individualidade de alguém sem tentar?
Acho que nessas horas o melhor é usar adjetivos simples, digo sempre, "Me chame de gay!", uma palavra simples e pequena, que transmiti alto astral, alegria que é o verdadeiro sentido dela. Esse era o espírito de um gay, uma pessoa alegre, divertida onde todos a sua volta sempre estavam sorrindo e se divertindo, mas com tantos preconceitos que começa sempre dentro de casa, é quase inevitável não passar por isso. E já não são tão alegres como antes, e boa parte sofre de um mal silencioso e que às vezes pode levar muita gente aos extremos, a depressão é um mal tão poderoso que pode destruir uma pessoa sem que os outros percebam.
Ser expulso de casa, sofrer agressões são algumas situações que algumas pessoas passam por se expor. Mas existem casos de uma recepção com naturalidade e com certo carinho, e para que isso aconteça nada melhor que muita informação e amor.
Seu filho, seu irmão, seu amigo, ou seja, lá qual for o grau de relacionamento que você tenha com um gay, ou bissexual, ou pansexual não vai mudar por você saber que ele é isso, o caráter dele não muda isso faz parte dessa característica que nos torna únicos no mundo, assim como nossas digitais isso nos diferencia entre tantos. Você apenas acaba de saber mais uma característica desse ser humano incrível ou detestável que você conhece, pois assim como o restante da população mundial tem os bons e ruins.
Então quando souber de algo nesse sentido sobre alguém, e você pensar se isso tem reversão e até mesmo fazer algum comentário maldoso a respeito, procure se informar, ler e até quem sabe um analista. Isso um psicólogo, pois o problema pode não ser com o alvo da critica, e sim você que precisa entender que somos livres para encontrar nosso caminho. Seja qual for ele, fácil ou tortuoso ninguém tem o direito de interferir, no máximo ajudar para que não caiamos de cara no chão com nossos tropeços, e para essa ajuda basta segurar pela mão e ajudar a se levantar depois de cada tombo.

Um comentário:

ROGERIO disse...

as coisas estão mudando, creio, mas há ainda muita preconceito, principalmente religioso, por isso sempre é bom contar com pessoas esclarecidas para escreverem a respeito. Gostei..MOLEGAL.